Capítulo VIII

 
    Surpresas


        Naquele mesmo dia Jean me convidou para jantar, eu falei que estava muito cansada e que não seria uma boa companhia, foi quando ele me deixou sem saída dizendo que de qualquer forma eu teria que comer e que não ficaríamos até tarde, pois ambos tínhamos muitos compromissos no dia seguinte. Depois de todos esses argumentos o meu sim foi inevitável
        O jantar foi muito agradável, fomos a um restaurante pequeno, porém muito aconchegante que ficava próximo ao centro da cidade. Quando estávamos a caminho do restaurante me senti muito animada e ao mesmo tempo apreensiva. Jean me seguiu durante todo o percurso, ele não conhecia nada na cidade e por isso havia deixado a escolha do lugar para onde iríamos jantar por minha conta, e foi exatamente o que eu fiz.
       Por volta das 12h45minpm eu já estava em casa, me despedi de Jean três quarteirões antes, em uma rua que ficava próxima ao hotel onde ele estava hospedado. A nossa despedida não foi muito romântica, afinal nós estávamos quase dormindo em pé de tão cansados, portanto fora apenas um beijo rápido.
      Quase não consegui tomar banho, não sei se por causa do cansaço ou se foi devido à adrenalina que me consumia, mas com muito esforço consegui, e logo em seguida fui pra cama, precisava urgentemente das minhas cobertas e de uma boa noite de sono. Durante alguns minutos eu tentei parar de pensar em Jean e dormir, mas não foi possível, não parava de pensar na maneira como fui surpreendida quando tentava fechar a porta na empresa, a forma como ele me beijou e me envolveu em seus braços, tudo foi tão intenso, tão verdadeiro, que só agora  eu estava me dando conta do perigo, da loucura a que nos submetemos, sei que não havíamos feito nada demais, eram apenas beijos, mas e se alguém houvesse nos surpreendido? Não, é melhor que àquele episódio não se repita, pelo menos não no nosso ambiente de trabalho.
      Não consegui conter uma risada ao me deparar com esses pensamentos, realmente parecia que naquele momento nascia uma nova Christine, porque àquela de outrora havia sido completamente extinta, visto que antes eu nunca teria tido a coragem de deixar que algo do tipo acontecesse, não depois de ter sido tão magoada, tão humilhada pelo meu ex. Mas agora seguia com uma nova fase da minha vida, com novos objetivos, e talvez até com um novo amor... Aos poucos fui adormecendo e caí em um sono profundo.
       No dia seguinte acordei bem disposta, me sentia eufórica. Depois de tomar banho e café peguei as minhas chaves e saí, apesar de saber que ainda era muito cedo para entrar na empresa. Não queria ter que ficar presa no trânsito, que por sinal, parecia conspirar a meu favor, estava calmo, o que me fez chegar ainda mais rápido.
         Deixei o carro no estacionamento e fui direto para a minha sala, não queria ter que encontrar com Jean nos corredores, pois fiquei com receios de não conseguirmos manter uma postura profissional, pra falar a verdade, eu estava me sentindo muito vulnerável coma a presença dele no mesmo ambiente que eu.

          Estava tão perdida com meus pensamentos que quase não percebi que tinha uma pequena caixinha em forma de coração próxima à porta da minha sala prestes a ser esmagada pelo meu pé, me abaixei para apanhá-la antes que alguém a visse, afinal já sabia de quem era. Entrei rapidamente e fui ver o cartãozinho que a acompanhava, o mesmo dizia o seguinte:




Nenhum desses doces é capaz de traduzir a doçura do teu olhar...
Muito menos dessa tua elegância espontânea que me faz te admirar...
Tenha um belo dia!
                                                                 
                                                                 Ass: Um espectador da tua beleza.

         Fiquei completamente confusa, por que Jean não havia assinado com o seu nome? Claro que era ele! Bom, resolvi então entender como uma  brincadeira dele, eu adorei o presente, me senti muito encantada, além do mais eram chocolates maravilhosos!
           Já passavam das 02h30minpm quando eu pedi a Roberta, minha secretária, que me trouxesse algo para comer. Não demorou muito e ela chegou com alguns sanduiches e um suco, porém sem me dar conta percebi que havia algo de diferente nela, ainda não conseguia dizer o que, mas sabia que tinha, então perguntei se ela havia cortado o cabelo e ela me respondeu que sim, que estava cansada de estar sempre com o mesmo penteado e que por isso tinha resolvido mudar um pouco, afinal que mulher não gostar de mudar um pouco de visual e de se sentir mais bela, então confirmei com um gesto, pois estava comendo, e em seguida ela saiu.
             Roberta era uma jovem de mais ou menos 21 anos, de longos cabelos castanhos, olhos claros, esbelta, de traços marcantes, enfim, ela realmente era uma bela mulher, muito atraente e que sabia deixar isso transparecer, afinal quase todos os homens do escritório confirmariam essa afirmação se qualquer pessoa os perguntasse. A sensualidade dela parecia estar sempre à flor da pele.
          No fim do expediente fui até a sala de Jean, não o havia visto durante todo o dia, deduzi que ele estivesse tão ocupado quanto eu. Aproveitei que Roberta tinha me pedido para sair um pouco mais cedo para resolver um problema pessoal e fui vê-lo. Quando me aproximei da porta de sua sala vi que ele estava conversando com alguém, então resolvi não entrar abruptamente como havia planejado no caminho, foi quando ouvi que ele estava a falar com uma mulher, de voz muito parecida com a de alguém que eu conhecia, mas quem? O som era baixo e abafado, quase murmúrio não dava pra saber direito.
          Decidi olhar pelas frestas da veneziana de sua janela e até agora me culpo por ter feito isso, até agora não consigo acreditar no que vi e muito menos no que ouvi.



O que será que ela ouviu??! Nossa, que ansiedade!
Descubra no próximo capítulo.

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